Hoje irei dividir com vocês uma experiência que tive no ano de 2015. Estive no congresso brasileiro de psiquiatria, assisti a muitas palestras e apresentação de trabalhos, mas, chamou muito minha atenção quando o maior auditório do centro de convenções de Florianópolis foi destinado ao tema Espiritualidade e Saúde mental. Ao se aproximar o horário das apresentações foi incrível perceber como esgotaram as vagas, muitas pessoas sedentas pelo assunto, o auditório ficou lotado. A mensagem deste dia veio de encontro a um artigo que tive acesso recente e hoje irei compartilhar com vocês alguns pontos.
A espiritualidade há poucos anos atrás não tinha a devida importância no meio científico. Felizmente hoje a organização mundial de saúde tem incluído religião e espiritualidade como parte das dimensões que medem a qualidade de vida e bem estar.
Nas ultimas décadas tem ocorrido um aumentado considerável da conscientização acadêmica e da opinião pública sobre a relevância da espiritualidade e da religião na saúde. Revisão sistemática da literatura cientifica tem identificado mais de 3.000 estudos empíricos de investigando a relação entre espiritualidade e saúde. Nas doenças mentais tem demostrado que espiritualidade tem implicações positivas significativamente nos especialmente nos casos de depressão e abuso de drogas. Pesquisas têm demostrado que os valores de religião/espiritualidade permanecem relevantes para a maioria da população mundial e que os pacientes gostariam de ter seus valores levados em consideração nos cuidados de saúde. Psiquiatras e profissionais da saúde mental devem levar em consideração todos os fatores influenciem na saúde mental de seus pacientes.Evidencias demostram que religião/espiritualidade devem ser incluídos entre eles, independente da orientação espiritual/religiosa/filosófica do profissional. Entretanto poucos são os cursos de medicina que incluem nos currículos especialistas que providenciam treinamento formal para psiquiatras apreenderem sobre as evidencias disponíveis e como abordar religião/espiritualidade na prática clinica. Para preencher este espaço a organização mundial da saúde e varias associações nacionais nos países como Brasil, India, Africa do Sul, Reino Unido e Estados Unidos tem criado departamentos em religião/espiritualidade nas universidades. A organização mundial de saúde orienta como parte central treinamento nos currículos em psiquiatria o tema religião e espiritualidade.
Independente de definições precisas, espiritualidade e religião, envolvem as crenças centrais, valores e experiência dos seres humanos.
Considerações espirituais e religiosas também têm implicações éticas para o trabalho psiquiátrico. A OMS propõe que as considerações sobre as crenças religiosas como sua espiritualidade sejam rotineiramente consideradas nas consultas e não apenas uma vez como componente da anamnese psiquiátrica, mas sim durante o tratamento. Uma vez que o paciente percebe a relevância que o medico coloca para a espiritualidade ocorre o fortalecimento de seus laços e reafirma a importância da fé no tratamento biopsicossocial.
Portanto é necessário um suporte adequado para que os tratamentos convencionais não sejam abandonados e que a espiritualidade e religião possam fazer parte da rotina trazendo os devidos benefícios. Faz-se necessário os profissionais da saúde mental consideraram o relevante papel que a religião e a espiritualidade possuem no tratamento do corpo, da mente e da alma.
Ana Caroline dos Santos.
Comments